" (...) Se não cobrirmos o mundo de palavras e rótulos, a percepção do miraculoso regressará à nossa vida, após ter sido perdida há muito tempo, quando a Humanidade, em vez de usar o pensamento, foi dominada pelo pensamento. A profundidade regressa à nossa vida. As coisas recuperam o seu sentido de novidade, a sua frescura. E o maior milagre de todos é a vivência do nosso eu essencial anterior a quaisquer palavras, pensamentos, rótulos e imagens mentais. Para tal ser exequível, temos de libertar a nossa percepção do eu, do Ser, de todas as coisas com que se misturou, ou seja, com que se identificou. Esta libertação é o tema do presente livro.
Quanto mais céleres formos a atribuir rótulos mentais ou verbais às coisas, pessoas ou situações, mais fútil e fria se torna a nossa realidade e mais insensíveis nos tornamos à realidade do milagre da vida, que se manifesta continuamente dentro e fora de nós. Desta forma, podemos ganhar em intelecto, mas perdemos em sabedoria, bem como em alegria, amor, criatividade e vitalidade. Estes elementos ficam dissimulados no espaço morto entre a percepção e a interpretação. É óbvio que é necessário usar palavras e pensamentos. Eles têm a sua própria beleza - mas haverá necessidade de ficarmos presos a eles?
As palavras reduzem a realidade a algo que a mente humana consegue compreender, o que não é grande coisa. A linguagem consiste em cinco sons básicos produzidos pelas cordas vocais: as vogais «a, e, i, o, u». Os outros sons são consoantes produzidas pela pressão do ar: «s, f, g», e assim por diante.
Acredita mesmo que a combinação destes sons básicos alguma vez poderia explicar quem somos, qual é o derradeiro propósito do Universo ou o que é uma árvore ou uma pedra na sua essência? (...)"
Acredita mesmo que a combinação destes sons básicos alguma vez poderia explicar quem somos, qual é o derradeiro propósito do Universo ou o que é uma árvore ou uma pedra na sua essência? (...)"
in "Um Novo Mundo", de Eckhart Tolle
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